Hello Yellow Brick Road
Tinha um apelido invulgar. Era Comum. O seu nome era incomum. Chamava-se Lugar. Lugar Comum era uma daquelas pessoas normais, sem serem ordinárias, que se deliciavam com banalidades e eram viciados em trivialidades. Via telejornais, lia crónicas nos jornais, e ia ao cinema quando as críticas eram favoráveis. Lia os livros do Top 10 da FNAC e ouvia a Antena 3. Enfim, uma pessoa vulgar. Era contra o governo, fosse qual fosse, e apoiava as minorias, quaisquer que fossem. Frequentava esplanadas e vestia à moda, e foi numa dessas esplanadas que o destino o encurralou. Bebia um cappuccino, porque a bica se tinha tornado ordinária, e quase passava despercebido, excepto a uma moçoila vigorosa que se aproximou sem timidez e lhe pediu lume. Lugar Comum, não fumava, desde que isso se tinha tornado anti-social (brevemente antissocial, porque a grafia começava a pegar), mas quando ergueu os olhos para responder ficou ofuscado pela beleza dela. Era uma beleza invulgar, exótica, e destoava no m