Fonte da Juventude
Não quero saber do que dizem: não há nada de romântico ou glorioso na velhice. Eu sei. Cheguei àquela altura em que não me apetece experimentar nada de novo e encontro defeitos na maioria das coisas velhas. Além disso doem-me as articulações, cresce-me a barriga sem motivo aparente e adormeço no sofá a ver televisão. Como eu disse, nada disto é glorioso ou romântico. Não me sinto mais sábio ou em paz comigo mesmo, e cada vez tenho menos paciência para me forçar a estar em paz com os outros. Nada romântico. Nada glorioso. E é por isso que decidi que alguma coisa deve ser feita a respeito disto. Afinal, com o aumento generalizado da esperança de vida afiguram-se-me ainda muitos anos de resmunguice, e francamente, não me sinto com paciência para aturar parvoíces durante mais 30 ou 40 anos. Contemplei o suicídio, mas parece-me um bocado irreversível e sobretudo doloroso, e afinal porque havia eu de me suicidar? Não fiz nada de mal. Todos os outros é que são uns chatos. Eles que se sui