O Fado da Desgraçadinha
Andava a desgraçadinha no gamanço,
P'ra alimentar os dois filhos tuberculosos...
E na calada da noite achava sempre um "tanso"
Que lhe enchia os dois rebentos bem gulosos!
Ia de porta em porta a pedinchar,
Pelo amor da sua Mãezinha dê-me a esmola
Que me ajude a viver este meu penar,
Porque os coitados já nem podem ir à escola!
Ai Jesus, pobre mulher valha-me Deus,
Vá pedir a outra porta na vizinhança
Porque eu, olhe... até p'ros meus!...
Já nem sei o que fazer p'ra lhes encher a pança!
Ah pois é!... ladeira abaixo lá ia ela,
Porta sim e porta não a desandar!...
Á noitinha ela punha-se à janela,
A ver a Lua que lhe dava o seu Luar!
De graça em graça à luz do dia,
A pobre mulher assim viva e altiva era
A primeira a colher o que comia,
E a fingir que a vida é assim tão "bera" ...
Definhava a olhos vistos, só por fora!
Porque a Alma de cigana lhe traía,
De tanto pedir a Deus, ELE foi-se embora,
Pois já nem o Jesus Cristo nela cria!
P'ra alimentar os dois filhos tuberculosos...
E na calada da noite achava sempre um "tanso"
Que lhe enchia os dois rebentos bem gulosos!
Ia de porta em porta a pedinchar,
Pelo amor da sua Mãezinha dê-me a esmola
Que me ajude a viver este meu penar,
Porque os coitados já nem podem ir à escola!
Ai Jesus, pobre mulher valha-me Deus,
Vá pedir a outra porta na vizinhança
Porque eu, olhe... até p'ros meus!...
Já nem sei o que fazer p'ra lhes encher a pança!
Ah pois é!... ladeira abaixo lá ia ela,
Porta sim e porta não a desandar!...
Á noitinha ela punha-se à janela,
A ver a Lua que lhe dava o seu Luar!
De graça em graça à luz do dia,
A pobre mulher assim viva e altiva era
A primeira a colher o que comia,
E a fingir que a vida é assim tão "bera" ...
Definhava a olhos vistos, só por fora!
Porque a Alma de cigana lhe traía,
De tanto pedir a Deus, ELE foi-se embora,
Pois já nem o Jesus Cristo nela cria!
Comentários
Enviar um comentário