Ode a Um Plano de Recuperação

Em Xanadu decretou Kubla Cão
Que houvesse um plano de recuperação.
Para que servia, ninguém ao certo sabia,
Mas lá que o havia, havia.
E tão bom era o plano, tamanho o sucesso
Que não havia burro, idiota ou burgesso
Que não tivesse um, e às vezes mais,
Por ideia do mestre ou imposição dos pais.

Tinha que ter cruzes, limitações e estratégias,
Opções, avaliações e mais lérias,
E depois de elaborado, verificado e assinado
Era muito cuidadosamente guardado
Para ser orgulhosamente exibido
E depois prontamente esquecido.

E para que todos soubessem que existe
Alguém cuja vida é tão triste
Que a pode desperdiçar de tal modo
Em breve havia planos a rodos,
E quantos mais planos havia
Menos vontade existia
De os fazer, aprovar ou sequer ler.
E assim se amontoaram em vão
Muitos dossiers de cartão
Repletos de coisa nenhuma
A não ser folhas cheias de nada
Para os amantes da papelada.


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