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A mostrar mensagens de outubro, 2015

I Found Jesus

  É verdade. Eu encontrei Jesus.   Estava a jogar flippers no Centro Comercial Palladium, nos Restauradores. Naquela casa de jogos lá ao fundo, sabem? Ao princípio não o reconheci, porque trazia uma t-shirt dos Jesus & Mary Chain, e pareceu-me foleiro que Jesus tivesse uma t-shirt com o seu próprio nome, mas fiquei ali ao lado da máquina a vê-lo jogar por um bocado, e convenci-me que era mesmo ele. Estava com o Super-Homem. Esse foi mais fácil de reconhecer, porque estava fardado. Ao princípio também não acreditei, porque me pareceu estranho que o Superman fosse jogar flippers vestido de Super-Homem. Pensei que fosse mais um maluco a imitar um super-herói, mas quando olhei para ele vi que tinha postos os óculos do Clark Kent. A Momentary Lapse of Reason, achei eu, mas ele viu-me a olhar com ar intrigado e disse-me com maus modos que já não via tão bem como antigamente, e que precisava deles, não para ler, ou ver televisão, mas para jogar flippers. Parece que dantes o sol amarelo da

Realmente...

Era uma vez um rei. Não um desses reis de faz-de-conta, das histórias de princesas e dragões. Era um rei real, e realmente régio, coroado e entronado, de espada na mão e ceptro ao colo, como convém a monarca de estirpe afamada e pedigree registado. Filho de rei, sobrinho de conde e primo de duquesa. Um rei à séria, enfim, que tinha tudo menos um reino.  Conta a história e reza a lenda (que às vezes coincidem) que este rei fora outrora influente e estimado, mas que caíra em desgraça devido a intrigas e más línguas. Poder-se-ia pensar que sendo um rei tão régio não estaria sujeito a sufrágios da vox populi e reinaria apenas por direito divino, sem ter que prestar contas mundanas, mas eu já tinha dito que era um rei real, e na realidade a realeza também sofre realmente as agruras do povo, tanto mais que é o SEU povo, que ela tanto preza e estima como se fosse realmente seu. Foi então o nosso rei destronado, o seu reino parcelado e arrendado barato a investidores estrangeiros e o seu trono

Tradições minoritárias

Não sou particularmente versado em multiculturalidade. Na minha humilde opinião é mais um palavrão cunhado à pressa para engodar papalvos que se babam por qualquer tema que lhes pareça politicamente correcto. Houve mesmo quem me epitetasse de xenófobo ou até racista. Não me aflige. Epitetem-me à vontade. Sou coriáceo e os epítetos ressaltam na couraça da minha indiferença, mas cabe-me reparar em algumas idiossincrasias de etnias minoritárias, particularmente os roma. Era para dizer ciganos, mas achei melhor evitar os epítetos, que podem minar a seriedade e credibilidade da observação que pretendo partilhar. Fala-se com frequência na falta de funerais chineses. Diz-se por aí à boca pequena que foi coisa que nunca se viu por cá, e questiona-se à boca mais pequena ainda para onde irão a carcassas dos defuntos, se de facto os chineses chegam a defuntar-se. Também não me aflige, mas interrogo-me por que motivo ninguém fala dos ciganos. Não sei se algum cigano morreu já de causas naturais, j