Verbos
Há muito tempo atrás, num longínquo país muito distante, vivia um verbo defectivo. Vivia sozinho, muito triste, por ser defectivo. Os outros verbos eram afectivos e davam-lhe palmadinhas nas costas e convidavam-no para comer palmiers e pastéis de nata, mas nada disso chegava para alegrar o pobre verbo defectivo. Sentia-se incompleto, menos do que os outros, e algo vazio, apesar dos esforços dos companheiros, que o visitavam amiúde. E nunca tinha falta de companhia, o pobre verbo defectivo. Os outros verbos vinham visitá-lo aos magotes, em grupos. À segunda feira vinha o 1º grupo almoçar, brincar, lanchar e às vezes até jantar. À 3ª feira vinha o 2º grupo ler e conviver, e à 4ª feira vinha outro grupo, o 3º, para o divertir, fazer sorrir e descontrair. Mas era a partir de 5ª feira que as coisas pioravam, e ao pobre verbo defectivo começavam a faltar pessoas, ou tempos, de tal forma que por vezes nem tinha modos. E a isto não era alheio um vizinho impessoal, nada simpático, que tinha o hábito de lhe chamar defeituoso, o que muito o magoava e lhe causava profunda tristeza.
Um dia surgiu uma fada que lhe disse:
-Pobre verbo defectivo, porque choras? Porque estás tão triste e sozinho?
E o verbo contou-lhe, ela condoeu-se e transformou-o num adjectivo colorido.
E viveram felizes para sempre.
Um dia surgiu uma fada que lhe disse:
-Pobre verbo defectivo, porque choras? Porque estás tão triste e sozinho?
E o verbo contou-lhe, ela condoeu-se e transformou-o num adjectivo colorido.
E viveram felizes para sempre.
Comentários
Enviar um comentário