Jim, I wore a tie today

Não publiquem a minha morte na necrologia do Correio da Manhã.
Não chamem gente de longe para vir chorar lágrimas de crocodilo.
Não chamem gente de perto para fingir que se importa.
Não façam colectas para flores de plástico.
Dispenso missas e velórios e marchas fúnebres.

Tragam-me cardos e urtigas e folhas de alface,
Vinho e cerveja e pão com chouriço
Arranjem-me uma lápide de plástico com nada escrito.
Encham a cova com pedras da calçada e mijem lá para dentro



Ou não façam nada disso.

Mas sobretudo,
Façam o que fizerem,
Sobretudo,
Não me enterrem de fatinho.

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