A destruição da selva amazónica
Era uma planta humilde e viçosa. Não achava nada de estranho no seu viço, porque a sua humildade a isso a obrigava. Possivelmente nem tinha consciência dele, nunca se comparara com outras plantas. A sua humildade nunca tal lho permitira. Aliás, nem nunca vira outras plantas. E isso seria estranho, para uma planta humilde e viçosa, crescer assim só, afastada de outras plantas. E facilmente se compreendia porque estava esta planta só: é que por capricho do destino ou interferência divina, nascera na Lua. Todos sabemos que na Lua não nasce nada, é um planeta estéril, feito de poeira e pedra, e lá não há espaço para plantas, por humildes ou viçosas que sejam. Todos conhecemos as fotografias, e em nenhuma delas se vê uma planta, mesmo pequena. Contudo, se raciocinarmos um pouco, compreenderemos que a Lua, embora apenas um mísero satélite natural, não foi completamente fotografada. Há ainda muitos sítios onde podem crescer plantas, longe dos olhares indiscretos de papparazzi lunares. Poder-se-ia argumentar que, naquela imensidão pardacenta, uma planta viçosa daria facilmente nas vistas, mesmo ao longe, mas o que na realidade se passa é que a imensidão não é pardacenta, as fotografias é que são a preto e branco. Naquela altura, embora já houvesse fotografia a cores, a tecnologia não estava ainda desenvolvida como está hoje, e por motivos de controle de peso, a NASA enviou apenas na Apollo 11 uma máquina fotográfica a preto e branco, poupando assim o peso das cores. Resulta daí que as fotografias sejam apenas a preto e branco, às vezes sépia, embora tenham sido posteriormente retocadas em photoshop pelo departamento de Relações Públicas, que coloriu a bandeira americana para distribuir pela comunicação social (hoje media, às vezes mídia). Todavia, não tiveram o cuidado de colorir toda a paisagem, e por isso a nossa planta, humilde e viçosa, não aparece retratada nos compêndios de História da Humanidade, o que se adequa à sua humildade.
Seria também estranho pensar que uma planta podia sobreviver sem oxigénio, sendo um ser vivo, mas sucede que esta residia na face oculta da Lua, onde nunca bate o Sol e a noite é perpétua. Uma vez que as plantas, mesmo as viçosas, expelem dióxido de carbono durante a noite, facilmente sobreviveu a plantinha sem oxigénio, o qual teria de bom grado sorvido, se visse a luz do dia. E passando, como passou, tanto tempo a expelir CO2, rapidamente os Selenitas concluiram que estava ali a causa primeva do buraco do ozono e do aquecimento global, e antes que algum dia a Lua viesse a ter um buraco do ozono, enviaram um funcionário municipal com uma máquina de cortar relva lunar, e deceparam a plantinha.
E hoje é a Lua um planeta amorfo e estéril, mas ecológicamente seguro.
Seria também estranho pensar que uma planta podia sobreviver sem oxigénio, sendo um ser vivo, mas sucede que esta residia na face oculta da Lua, onde nunca bate o Sol e a noite é perpétua. Uma vez que as plantas, mesmo as viçosas, expelem dióxido de carbono durante a noite, facilmente sobreviveu a plantinha sem oxigénio, o qual teria de bom grado sorvido, se visse a luz do dia. E passando, como passou, tanto tempo a expelir CO2, rapidamente os Selenitas concluiram que estava ali a causa primeva do buraco do ozono e do aquecimento global, e antes que algum dia a Lua viesse a ter um buraco do ozono, enviaram um funcionário municipal com uma máquina de cortar relva lunar, e deceparam a plantinha.
E hoje é a Lua um planeta amorfo e estéril, mas ecológicamente seguro.
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