Mais Provas de Aferição.
Prova de Aferição.
Será um novo planeta? Será um título de um livro? Pertencerá à toponímia de alguma província obscura da Guiana Francesa? Ninguém sabe. Durante séculos, esta expressão não fez parte da língua ou cultura ocidentais. Nem das orientais. Não consta da Bíblia, não é referida na Carta dos Direitos dos Animais e a Declaração da Independência dos EUA é omissa a esse respeito. Também em vão a procuraremos no Bhagavad Gita ou I Ching, e debalde vasculharemos as pirâmides Maias ou as sagas nórdicas na esperança de encontrar qualquer referência a seu respeito.
Então porque adquiriu de repente esta expressão uma tal importância que traz pesadelos aos pais das criancinhas, mantém legiões de funcionários públicos em permanente alerta e mobiliza dezenas de funcionários da Casa da Moeda? Centenas de eucaliptos foram abatidos para fornecer as toneladas de papel necessário à sua execução, a indústria de celulose despejou os seus efluentes nos afluentes dos nossos bem amados rios, centenas de bits e bytes, agrupados em kilos, megas e gigas navegaram pelo espaço digital, e milhões de caracteres ASCII foram desperdiçados nesta demanda quixotesca de aferição. E porquê? E para quê? E por quem?
Tal como a procura de inteligência extra terrestre ou a demanda do Santo Graal, estas questões permanecem irrespondidas. Diz-se que tudo teve origem numa capital de um pequeno país do velho continente. Comenta-se que em algum gabinete de um secreto ministério alguém teve uma vez um dia mau. Especula-se que um governante perverso fazia questão de partilhar os seus dias maus com os governados.
Do que se tem a certeza, é que a mundo avançou e progrediu durante milhares , talvez mesmo centenas de anos, sem provas de aferição. Não há registo de que Galileu Galilei tenha alguma vez feito uma prova de aferição. Documento algum prova que Isaac Newton tenha sido aferido. Nenhum historiador conseguiu comprovar que Pierre Curie tenha sido submetido a semelhante opróbrio. E embora seja do conhecimento geral que Alfred Einstein era mau aluno a Matemática, nem este chegou a reprovar numa prova de aferição.
Se as provas de aferição fossem de facto significativas, incidiriam sobre matérias pertinentes da actualidade. Teríamos provas de Tirar Selfies, Clash Royale e Bottle Flip. Assim os resultados seriam os esperados e Portugal ficaria bem visto na Comunidade Europeia. E essa aferição Europeia daria aos nossos jovens asas para voar alto. Como os dodós.
:)
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