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A mostrar mensagens de maio, 2015

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Hoje recebi uma mensagem de correio electrónico que me deu grande esperança num futuro melhor. Uma senhora, que eu julgo não conhecer, a não ser que se trate de um pseudónimo, compromete-se a aumentar o  meu membro em espessura e tamanho. Parecer-me-ia uma boa ideia, não fora a minha costela de desconfiado. Algumas questões se me põem. QUAL MEMBRO? Tenho vários, e ainda sou membro de alguns clubes e sociedades, umas mais secretas do que as outras. De entre esta panóplia, sou forçado a questionar-me qual dos membros reúne as condições para ser aumentado, mas o que de facto me aflige, é não saber porque só um deles pode ser assim beneficiado, em detrimento dos outros. Se o membro em causa for o braço esquerdo, deverei ficar contente por o ver mais grosso e comprido? E o outro braço? Não ficará, por comparação, fino e curto? E se, por gentileza, a sra me permitir o upgrade de ambos os braços, não ficarei demasiado parecido com um orangotango?  PORQUÊ? Conquanto a ideia seja à partida uma

Pela hora da morte

   Foi num sábado que o Filipe faleceu.   Quase ninguém reparou, porque o Filipe não era particularmente popular por estas bandas, truculento como era, sempre pronto a armar confusão, e ingrato mesmo para com aqueles que sempre o tentaram apoiar nos momentos difíceis. E não foram poucos, os momentos difíceis do Filipe, truculento como era e sempre pronto a armar confusão, o ingrato. Mas ingrato ou não, truculento ou não, e sempre pronto a armar confusão, não deixava de ser o meu ex-cunhado, e uma vez que não deixava saudades, amigos ou familiares que se importassem, decidi chamar a mim a responsabilidade de o levar a enterrar.   Nos tempos que vão correndo não é fácil enterrar alguém, a não ser em dívidas, porque há inúmeros procedimentos a efectuar, desde a certidão de óbito, à declaração de insolvência e ao cancelamento da via verde, mas por fim lá consegui levar a cabo as diligências, e só nessa altura me deparei com a dificuldade imprevista: onde enterrar o Filipe.   Primeiro, o Ce
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A menina e o unicórnio

Há muitos, muitos anos atrás, num lugar muito, muito distante, havia um unicórnio. Era um unicórnio muito triste porque se sentia muito sozinho, uma vez que nesse lugar distante havia um unicórnio. Não havia dois unicórnios, nem três unicórnios, embora já os tivesse havido. Foi Deus, que num dos seus momentos de ironia, sarcasmo ou pura maldade criou os unicórnios, mas não as unicórnias. Maldade refinada, porque não se esqueceu de criar a unicórneas, que como todos sabem se encontram nos olhos dos Ciclopes, mas como Unicórnios e Ciclopes não se podem ver, já que aqueles só aparecem às virgens, e outra coisa de que nunca se ouviu falar foi de um Ciclope virgem, a continuidade da espécie esteve desde sempre comprometida. E isto apesar da contínua procura de virgens, tarefa cada vez mais ingrata, nos tempos modernos. Afinal, para que quer um unicórnio uma virgem? Ora no tempo em que esta história se passa (há muitos, muitos anos atrás) e no lugar onde a acção se desenrola (num lugar muito

Guerra e Pás

Foi o assassinato do Arcebispo de Froncompriz que precipitou a Guerra de 32-38, cujas repercussões se fazem sentir até hoje não apenas na região pirenaica, mas pela sua influência global, que não é alheia à queda do Muro das Lamentações, posteriormente reconstruído, e ao crash da bolsa de Puerto Vallarta, o qual por sua vez interrompeu o fluxo de turistas do Pacific Princess e levou consequentemente ao despedimento do Capitão Stubbings, causando a sua descida ao mundo das drogas e do álcool. Quando em 1934 Boris Skossyreff se proclamou Rei de Andorra, já a guerra se desenrolava nos municípios de Ordino e Canillo, opondo os soldados da paz aos sapadores bombistas apoiantes do Bispo de Urgell. A falta de meios fazia com que as bombas fossem escassas e racionadas, sendo usadas sobretudo para tirar água de poços e minas, as quais podiam então,depois de secas, ser colocadas nas vias de comunicação, com o objectivo de impedir o avanço das tropas do General Mabor, enviado de Lisboa, onde Skos